Negociação salarial: É o Professor que vai pagar o pato?

abr 14, 2016

o pato de Tróia do sesi (4)Professores do SESI não querem pagar o pato!

O Sindicato de Professores do Norte e Noroeste Fluminense – SINPRONNF e a Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no estado do Rio de Janeiro – FETEERJ negociam desde fevereiro com o SESI/FIRJAN um reajuste salarial que pelo menos cubra as perdas salariais (11,08%) dos últimos 12 meses (março/15 a fevereiro/16) dos professores que trabalham nas escolas do sistema.

O SESI/FIRJAN ofereceu apenas um abono de 20% do salário, mais um valor fixo de R$ 1.000,00 a ser concedido a todos os professores, em parcela única. Nesta proposta, o professor que ganha, por exemplo, R$ 4 mil por mês, receberia em 2016 um bônus único de R$ 1.800 e nenhum reajuste salarial.

Nas negociações, o SESI/FIRJAN também informou que já demitiu 1.639 trabalhadores recentemente.

O clima nas escolas do Sistema FIRJAN é o pior possível e não somente por causa da questão salarial e do risco de o professor perder o emprego. O SINPRONNF/FETEERJ denunciam que a empresa, que oferece zero de reajuste, pode está usando o dinheiro do compulsório para fazer proselitismo político. E quem pagará este pato? SESI/FIRJAN corta 20% dos empregos e ainda propõe zero de reajuste a professores…

Os professores que trabalham nos diversos cursos das escolas do Sistema SESI/FIRJAN, conhecidos como “colaboradores”, quando analisam a situação atual de seus empregos lembram sempre da campanha dos empresários: “Quem vai pagar o pato”. Isso porque aqui no Estado do Rio de Janeiro os empregos das escolas do chamado “Sistema S” correm sérios riscos: desde o ano passado, o SESI já demitiu 1.639 trabalhadores, alegando a diminuição da arrecadação – este número equivale a 20% do quadro de funcionários em todo o Estado. Ou seja, os professores já sabem quem está, de fato, pagando o pato…

As escolas foram decoradas de verde e amarelo (temos fotos e vídeos); alunos tiveram os rostos pintados das mesmas cores nas salas. Os funcionários estão evitando vestir roupa vermelha para trabalhar para não sofrerem represálias no emprego, em um assédio moral vergonhoso.

Para piorar ainda mais a situação, na negociação salarial entre o SINPRONNF/FETEERJ, representante dos professores, e o SESI/FIRJAN, iniciada em fevereiro, a empresa ofereceu zero por cento de reajuste salarial.

O diretor do SINPRONNF e da Federação que participa da negociação, Professor Robson Terra, informa que a empresa ofereceu apenas um abono de 20% do salário mais um valor fixo de R$ 1.000,00 a ser concedido a todos os professores, em parcela única. Assim, nesta proposta,o professor que ganha, por exemplo, R$ 4 mil por mês, receberia em 2016 um bônus único de R$ 1.800.

“Apenas este bônus é inaceitável e não vai fazer diferença para a grande maioria dos trabalhadores. Apenas para aqueles que recebem salários mais vultosos”, afirma Terra.

O SESI é financiado principalmente por uma contribuição compulsória (IMPOSTO), que é descontada das empresas nas guias de recolhimento do INSS de todos os empregados.

Segundo Robson, na contra proposta do SINPRONNF/FETEERJ foi lembrado que parte da arrecadação do compulsório deve ser aplicada na Educação. Além disso, houve reajuste de 7% nas mensalidades escolares das escolas SESI. O sindicalista também lembrou que o INPC acumulado foi de 11,08%.

“Exigimos, no mínimo, a reposição integral dessas perdas, mais a manutenção das cláusulas do acordo coletivo de 2015”, disse Robson Terra.

A contra proposta do SESI/FETEERJ foi entregue à FIRJAN no início de abril. A empresa inda não se posicionou.

 

USO INDEVIDO DO IMPOSTO COMPULSÓRIO?…

 

O clima nas escolas do SESI é o pior possível e não somente por causa da questão salarial e do risco do professor perder o emprego por causa dos cortes orçamentários: existe a desconfiança por parte da FETEERJ de que o SESI/FIRJAN estaria usando o dinheiro do compulsório para fazer proselitismo político.

 

“As escolas foram decoradas de verde e amarelo. Alunos tiveram os rostos pintados de verde e amarelo nas salas. Os funcionários estão evitando vestir roupa vermelha para trabalhar para não sofrerem represálias no emprego, em um assédio moral quase explícito. Será que a FIRJAN, que ofereceu zero por cento de reajuste, está financiando uma determinada campanha política com o dinheiro do imposto compulsório? É isso que perguntamos”, disse Robson Terra.